Após a realização de audiência pública nesta terça-feira (27) na Comissão de Viação e Transportes da Câmara Federal, por solicitação do deputado federal Jerônimo Goergen (PP), onde foi discutida a questão que envolve a duplicação da BR 386, a comitiva gaúcha que foi à Brasília obter garantias para a continuidade das obras teve audiência com o novo diretor do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, Jorge Fraxe.
O diretor do DNIT confirmou já na noite de ontem ao deputado Jerônimo Goergen e à comitiva gaúcha, composta por lideranças como a do prefeito José Luiz Cenci, presidente da Comissão Pró Duplicação da BR 386, que, dos R$ 74 milhões orçados em 2011 ainda faltam liberar R$ 42 milhões, o que garante a conclusão da obra até o município de Estrela. A liberação destes recursos foi confirmada à comitiva nesta terça feira (27).
Dois outros impedimentos para o andamento das obras foram equacionados. Um deles refere-se ao assentamento de 18 famílias indígenas que moram junto à rodovia. Foi determinada a realocação das famílias, o que há mais de um ano vem sendo negociado. “Não dá para entender como demoraram tanto tempo para fazer isto”, disse Jorge Fraxe. Este problema impedia o andamento da obra em aproximadamente 9 quilômetros .
Outro impeditivo foi o vencimento do convênio com a Universidade de Santa Catarina, que fazia a gestão ambiental do projeto. A assinatura da renovação do mesmo foi confirmada para no máximo até o próximo dia 10 de outubro.
Com relação ao projeto a partir de Estrela até Iraí, esta será uma outra etapa, pois precisa da elaboração do projeto técnico, que terá a necessidade do envolvimento da Secretaria de Infraestrutura e Logística do RS (SEINFRA) “Consideramos que a conquista da conclusão da obra para este ano até Estrela é um grande passo. Vamos iniciar 2012 mobilizados para o cumprimento do restante da rodovia, que começará pelo projeto a ser apresentado”, diz o deputado Jerônimo.
Disse o novo diretor do DNIT à comitiva, que o departamento enfrenta problemas de credibilidade, que foi afetada nos últimos meses e também que não há dinheiro suficiente para cumprir com todos os projetos em andamento dentro do órgão. O diretor apresentou um relatório que resumidamente traz dados dando conta que existem hoje 400 contratos de investimento em andamento, sendo que para a fiscalização destes só existem 13 engenheiros no Brasil. Fraxe também afirmou que o DNIT não tem topógrafo em seus quadros e que, para tocar dos 726 projetos de conservação de estradas só conta com 11 engenheiros. 73 projetos novos estão em discussão, 62 em fase de obras estão sendo revisados e 17 contratos foram paralisados por irregularidades graves, disse o diretor. Jorge Fraxe afirmou ainda que, por este motivo, tudo no DNIT era terceirizado, e que o órgão tinha um sistema com as terceirizadas em que o mercado fiscalizava a si próprio. “Tive a impressão que o novo diretor está determinado a reorganizar o DNIT e moralizar a instituição”, conclui Jerônimo.